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Postagens

Garatujas

GARATUJA - RABISCAR É EXPRESSAR VIDA. Garatujas ou rabiscos – pra que servem? Jane Maria Godoy B.  Todos nós somos capazes de desenhar. Desde a infância, seja no papel, na areia ou na parede de casa, fazemos nossos rabiscos espontâneos. Eles nos ajudam a compreender o mundo ao nosso redor impulsionando nosso desenvolvimento, além de representarem um meio de expressão e de brincadeira livre e criativa. As pressões, a que os padrões socioeducativos nos submetem, criam o ambiente especial para que abandonemos esta ferramenta essencial colocada no cantinho dos estorvos na aprendizagem. Precisamos aprender linguagem, matemática, ciências, geografia, história; e o desenho, associado às artes e à estética, é sistematicamente deixado para os “talentosos”. Na verdade, escrever uma letra, é um desenho. Profissionais de diversas áreas precisam do desenho para desenvolver suas estratégias. Quem nunca rabiscou enquanto conversa ao telefone? Quem nunca traçou linhas num papel qual...

No meu tempo é que era...

Aqui pensando nas voltas que o mundo dá. Já completei setenta e uma voltas ao redor do sol, muitas outras voltas junto com o planeta em dias de sol, dias de chuva, nas quatro estações do ano. Quando penso nesses anos todos sempre lembro de Neruda e seu maravilhoso livro CONFESSO QUE VIVI. Penso que eu também vivi, e ainda vivo, recusando as palavras que ouvi dos mais velhos - No meu tempo... este é o meu tempo, enquanto estiver viva. Este é o tempo de cada ser vivo, jovem ou velho, de todas as cores, de todos os padrões, de todas as opções políticas. Hoje é o dia mais importante da vida, porque ontem passou e amanhã, quando chegar, já será hoje. Por isto vivo cada dia de sol ou de chuva. Vivo quando agito e quando repouso. Nada determina como devo viver, a não ser o respeito por mim mesma e por tudo e todos os que dividem comigo o privilégio de estar no planeta terra. Há muito tempo salvei o texto que segue, quando preparava uma oficina para pessoas aposentadas recentemente ou ...

Final de ano

2016 chegando ao final. Um ano difícil com fatos muito graves para o povo brasileiro e com algumas passagens da vida exigindo energia para superar. Apesar disso, a vida segue em frente e é preciso trabalhar, e quando a gente ama o que faz, trabalhar é sempre uma fonte de inspiração e alegrias. Não foi diferente neste ano e os resultados orgulharam alunas e professora. Reunimos alunas, familiares e amigos para um happy hour cheio de carinho, um momento especial, um alívio das tensões gerais. É com muita gratidão que mostro algumas obras realizadas durante este ano. Colagem de F. B., com associação de figuras geométricas e elementos texteis. O desafio de associar esteticamente, elementos aparentemente desconectados, constitui-se num exercício que vai além da observação e da ordenação. É parte fundamental no desenvolvimento da capacidade de estabelecer relações entre fatores que compõem o mundo em torno de nós. Mosaico de papel de F. B. Este tipo de colagem é um exercício pr...

Leitura do mundo

Algumas coincidências fazem a gente pensar no inexplicável, pelo menos sob uma ótica lógica. Estava no facebook quando encontrei uma postagem do site "Crônicas de la Tierra sim Males". Abri o link e lá estava uma texto excelente sobre ensinar e aprender . Alguma coisa na minha memória agitou-se. Logo depois fui procurar, entre meus arquivos pessoais, material para uma oficina de criatividade. Sem ter uma ideia definida sobre o que faria, abri este arquivo - um texto de Paulo Freire. Foi então que percebi a coincidência. O texto que havia lido antes era um resumo deste. Paulo Freire, o grande educador brasileiro, muito mais reconhecido e lido no exterior do que no Brasil, merece ser constantemente lembrado. Carta de Paulo Freire aos professores Ensinar, aprender: leitura do mundo, leitura da palavra NENHUM TEMA mais adequado para constituir-se em objeto desta primeira carta a quem ousa ensinar do que a   significação crítica desse ato, assim como a significação i...

Pro dia nascer feliz

             Ainda não sei se sou uma blogueira preguiçosa, ou se não tenho encontrado muita coisa para dizer. Faz um bom tempo que não publico postagem nova. Pois bem, hoje fiquei por mais de uma hora hipnotizada frente ao programa "PRO DIA NASCER FELIZ, do Canal Curta. Numa abordagem limpa e direta, o programa mostrou um pouco da realidade educacional brasileira nos anos 2005 a 2006, abrangendo escolas públicas do mais pobre dos municípios do pais ao mais rico, com uma passagem rápida por uma escola de classe média alta em SP. Não assisti o programa desde o início, por isto deixo os créditos apenas com o Canal e o título do programa. Oportunamente vou completar esta informação, mas não consegui deixar passar esta oportunidade para expressar minhas preocupações e minhas esperanças quanto à educação no Brasil.             Uma jovem da escola pública de uma das regiões mais pobres do país foi a primeira a chamar m...

Mallarmé e sua visão antecidada do livro interativo.

Quando optei pelo Livro de Artista como forma de expressar formas e temas, minha curiosidade por tudo o que se refere ao tema "livro" foi aumentando no mesmo ritmo que aumentava meu fascínio por esta forma de arte. Numa de minhas buscas encontrei este texto de Ronaldo Entler, muito interessante sobre Mallarmé e seu "LIVRE". Peço licença ao site Arte Acaso para reproduzi-lo na íntegra. Texto inédito, produzido originalmente para o site   Arte Acaso . O livro infinito de Mallarmé Ronaldo Entler, 2002 Apesar de sempre ter sido um objeto de culto - como receptáculo do conhecimento - o livro se constituiu historicamente como elemento neutro, mero suporte para a palavra. Para a poesia, seu maior   rapport   artístico, o livro era ainda a situação intermediária e provisória do texto que, com sua cadência, sonoridade, rimas, visava à palavra falada, mais do que a escrita. Talvez tenha sido Mallarmé o primeiro a pensar o livro como algo ma...

Um jardim de papel

UM JARDIM DE PAPEL Atividade criativa  Vamos criar o jardim dos sonhos cheio de flores e cores, enquanto desenvolvemos imaginação, criatividade e raciocínio lógico através desta, que é uma das mais antigas formas de dar vida ao papel. Um pouco da história do origami para entendermos como esta arte perdurou por milênios até chegar aos nossos dias num eterno e incansável ritmo de renovação. ORIGAMI - Não se sabe a origem do origami, mas não há dúvidas de que se desenvolveu no Japão e, mesmo sendo desenvolvido também em outros países o nome origami é compreendido em todo lugar.   Segundo alguns estudiosos as primeiras figuras de origami surgiram na antigüidade, por volta do século VI, quando um monge budista trouxe para o Japão o método de fabricação do papel da China, via Coréia, onde até então não era conhecido.   Segundo pesquisador conceituado das origens do origami, professor Massao Okamura de 65 anos, o origami teve início no século XVII p...

Em busca da paz

Em busca da Paz "Segurar o bastão da palavra é invocar a sabedoria, a honra e a compaixão que residem no centro do círculo e em nós mesmos. A ideia de criar um círculo de semelhantes, é um propósito comum...de igual para igual. O círculo é uma figura contida, segura, uterina. É um símbolo de totalidade. É primordial que exista confiança, que seja tratado com respeito, um espaço de liberdade. Um espelho, no qual cada um vê-se a si mesmo refletido. Onde, descobrir quem somos, e quem podemos chegar a ser. Quem fez parte de um círculo sagrado pode levar esse Espírito, provando que essa forma de comunicação é essencial para um mundo pacífico." (O círculo -  Texto de Irene Guimarey Villar). No momento em que nos vemos envolvido por um redemoinho de discórdias do qual não é possível escapar sem arranhões, a incerteza toma o lugar da segurança e a discórdia substitui a harmonia. A história mostra que a vida humana tem sido uma sequência de momentos de relativa harmo...

Tempo tecnológico

Página de Livro de artista coletivo, inspirado na Divina Comédia de Dante. Criação de Jane Maria Godoy B. Reflexões sobre tempos mais ou menos confusos. Não sei se estou velha demais para acompanhar a velocidade das mudanças tecnológicas e sociais ou se são tantas e tão velozes essas transformações que poucos terão a possibilidade de não cair fora desse trem. A verdade é que tenho a estranha sensação de estar deslocada no tempo e no espaço. Não é nenhum mistério que comunicar-se tem sido desde a pré-história uma função das mais complexas. A linguagem é apenas o instrumento básico desta função e, sem dúvida, insuficiente. A entonação de voz, o olhar, a expressão corporal do falante e do ouvinte, são elementos complementares, talvez dispensáveis, mas sempre enriquecedores do entendimento entre pessoas. Um livro, um artigo de revistas, uma crônica, substituem estes elementos visuais por uma narrativa coerente, em que as interpretações enganosas são reduzidas e até mesmo ...