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Postagens

Leitura do mundo

Algumas coincidências fazem a gente pensar no inexplicável, pelo menos sob uma ótica lógica. Estava no facebook quando encontrei uma postagem do site "Crônicas de la Tierra sim Males". Abri o link e lá estava uma texto excelente sobre ensinar e aprender . Alguma coisa na minha memória agitou-se. Logo depois fui procurar, entre meus arquivos pessoais, material para uma oficina de criatividade. Sem ter uma ideia definida sobre o que faria, abri este arquivo - um texto de Paulo Freire. Foi então que percebi a coincidência. O texto que havia lido antes era um resumo deste. Paulo Freire, o grande educador brasileiro, muito mais reconhecido e lido no exterior do que no Brasil, merece ser constantemente lembrado. Carta de Paulo Freire aos professores Ensinar, aprender: leitura do mundo, leitura da palavra NENHUM TEMA mais adequado para constituir-se em objeto desta primeira carta a quem ousa ensinar do que a   significação crítica desse ato, assim como a significação i...

Pro dia nascer feliz

             Ainda não sei se sou uma blogueira preguiçosa, ou se não tenho encontrado muita coisa para dizer. Faz um bom tempo que não publico postagem nova. Pois bem, hoje fiquei por mais de uma hora hipnotizada frente ao programa "PRO DIA NASCER FELIZ, do Canal Curta. Numa abordagem limpa e direta, o programa mostrou um pouco da realidade educacional brasileira nos anos 2005 a 2006, abrangendo escolas públicas do mais pobre dos municípios do pais ao mais rico, com uma passagem rápida por uma escola de classe média alta em SP. Não assisti o programa desde o início, por isto deixo os créditos apenas com o Canal e o título do programa. Oportunamente vou completar esta informação, mas não consegui deixar passar esta oportunidade para expressar minhas preocupações e minhas esperanças quanto à educação no Brasil.             Uma jovem da escola pública de uma das regiões mais pobres do país foi a primeira a chamar m...

Mallarmé e sua visão antecidada do livro interativo.

Quando optei pelo Livro de Artista como forma de expressar formas e temas, minha curiosidade por tudo o que se refere ao tema "livro" foi aumentando no mesmo ritmo que aumentava meu fascínio por esta forma de arte. Numa de minhas buscas encontrei este texto de Ronaldo Entler, muito interessante sobre Mallarmé e seu "LIVRE". Peço licença ao site Arte Acaso para reproduzi-lo na íntegra. Texto inédito, produzido originalmente para o site   Arte Acaso . O livro infinito de Mallarmé Ronaldo Entler, 2002 Apesar de sempre ter sido um objeto de culto - como receptáculo do conhecimento - o livro se constituiu historicamente como elemento neutro, mero suporte para a palavra. Para a poesia, seu maior   rapport   artístico, o livro era ainda a situação intermediária e provisória do texto que, com sua cadência, sonoridade, rimas, visava à palavra falada, mais do que a escrita. Talvez tenha sido Mallarmé o primeiro a pensar o livro como algo ma...

Um jardim de papel

UM JARDIM DE PAPEL Atividade criativa  Vamos criar o jardim dos sonhos cheio de flores e cores, enquanto desenvolvemos imaginação, criatividade e raciocínio lógico através desta, que é uma das mais antigas formas de dar vida ao papel. Um pouco da história do origami para entendermos como esta arte perdurou por milênios até chegar aos nossos dias num eterno e incansável ritmo de renovação. ORIGAMI - Não se sabe a origem do origami, mas não há dúvidas de que se desenvolveu no Japão e, mesmo sendo desenvolvido também em outros países o nome origami é compreendido em todo lugar.   Segundo alguns estudiosos as primeiras figuras de origami surgiram na antigüidade, por volta do século VI, quando um monge budista trouxe para o Japão o método de fabricação do papel da China, via Coréia, onde até então não era conhecido.   Segundo pesquisador conceituado das origens do origami, professor Massao Okamura de 65 anos, o origami teve início no século XVII p...

Em busca da paz

Em busca da Paz "Segurar o bastão da palavra é invocar a sabedoria, a honra e a compaixão que residem no centro do círculo e em nós mesmos. A ideia de criar um círculo de semelhantes, é um propósito comum...de igual para igual. O círculo é uma figura contida, segura, uterina. É um símbolo de totalidade. É primordial que exista confiança, que seja tratado com respeito, um espaço de liberdade. Um espelho, no qual cada um vê-se a si mesmo refletido. Onde, descobrir quem somos, e quem podemos chegar a ser. Quem fez parte de um círculo sagrado pode levar esse Espírito, provando que essa forma de comunicação é essencial para um mundo pacífico." (O círculo -  Texto de Irene Guimarey Villar). No momento em que nos vemos envolvido por um redemoinho de discórdias do qual não é possível escapar sem arranhões, a incerteza toma o lugar da segurança e a discórdia substitui a harmonia. A história mostra que a vida humana tem sido uma sequência de momentos de relativa harmo...

Tempo tecnológico

Página de Livro de artista coletivo, inspirado na Divina Comédia de Dante. Criação de Jane Maria Godoy B. Reflexões sobre tempos mais ou menos confusos. Não sei se estou velha demais para acompanhar a velocidade das mudanças tecnológicas e sociais ou se são tantas e tão velozes essas transformações que poucos terão a possibilidade de não cair fora desse trem. A verdade é que tenho a estranha sensação de estar deslocada no tempo e no espaço. Não é nenhum mistério que comunicar-se tem sido desde a pré-história uma função das mais complexas. A linguagem é apenas o instrumento básico desta função e, sem dúvida, insuficiente. A entonação de voz, o olhar, a expressão corporal do falante e do ouvinte, são elementos complementares, talvez dispensáveis, mas sempre enriquecedores do entendimento entre pessoas. Um livro, um artigo de revistas, uma crônica, substituem estes elementos visuais por uma narrativa coerente, em que as interpretações enganosas são reduzidas e até mesmo ...

Como vejo o desenho

Como vejo o desenho Jane M. Godoy B. “A diferença entre ver e olhar é tanto uma distinção semântica, que se torna importante em nossos sofisticados jogos de linguagem, tomados da tarefa de compreender a condição humana – e, nela, especialmente as artes -, quanto um lugar comum de nossa experiência. .......................................................................................................... Mas se as artes nos ensinam a ver – olhar é porque nos possibilitam camuflagens o ocultamentos. Só podemos ver quando aprendemos que algo não está à mostra e podemos sabê-lo. Portanto para ver – olhar é preciso pensar . Ver está implicado no sentido físico da visão. Costumamos, todavia, usar a expressão olhar para afirmar uma outra complexidade do ver ... Ver é reto, olhar é sinuoso. Ver é sintético, olhar é analítico. Ver é imediato, olhar é mediato. A imediaticidade do ver torna-o um evento objetivo. Vê-se um fantasma, mas não se olha um fantasma. Vemos tele...

Exposição de obras de alunas, 2015

Com as imagens da última exposição do Artificis, que encerrou as atividades de 2015, informamos que nossas atividades retomam o ritmo normal a partir da primeira semana de março. Em breve publicaremos a programação do semestre que inclui aulas de desenho e criatividade, livros de artista, arteterapia para maiores de 50 e oficinas de criatividades em técnicas diversas.

O medo

"Quantas vezes, já deitado, Mas sem sono, ainda acordado, Me ponho a considerar Que condão eu pediria, Se uma fada, um belo dia, Me quisesse a mim fadar... O que seria? Um tesouro? Um reino? Um vestido de outro? Ou um leito de marfim? Ou um palácio encantado, Com seu lago prateado E com pavões no jardim?"                                      Antero de Quental       Vivemos tempos de incertezas em que o medo parece ser a palavra de ordem. Medo das guerras, medo das crises econômicas, medo da insegurança, medo dos virus. No fundo, acredito que o pior de todos os medos, é o da impotência. A pressão geral nos paraliza e o pior, impede-nos de sonhar. É urgente quebrar este círculo vicioso. Nenhum momento da história humana foi isento de incertezas, ou de guerras, ou de virus. Em algum lugar do planeta alguma coisa ruim acontecia e ainda acontece. A diferença é que...

A magia do desenho

Sempre soube intuitivamente que o desenho é uma atividade que vai muito além de colocar linhas no papel. Desenhar é perceber o mundo com algo mais do que simplesmente ver. Quando vemos alguma coisa, uma mancha, uma paisagem ou uma parede, nosso olhar não se limita ao imediato. Aprender a desenhar é uma atitude de ver além. E ninguém menos do que Leonardo da Vinci registrou isto em seu Caderno de Notas.  "Não posso me abster de mencionar...um novo truque para o estudo que, embora possa parecer trivial e quase risível, é contudo extremamente útil porque desperta a mente para diversas invenções. Eis o truque: ao olhar para uma parede cheia de manchas...você pode descobrir você pode descobrir uma semelhança com diversas paisagens, embelezadas por montanhas, rios, rochas árbores. É possível, também, ver batalhas e figuras em ação, ou rostos e vestimentas estranhos, e uma vareidade infinita de objetos que você pode transformas em em formas completas e bem desenhadas." (Citado em:...