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QUAL É O TEU SÍMBOLO? QUAL É O TEU SINAL? Há momentos em que nos sentimos obrigados a fazer mudanças drásticas, seja para agradar pessoas que amamos e grupos aos quais queremos integrar-nos, seja para viver de acordo com as expectativas da sociedade em geral. Podemos mudar radicalmente o nosso corpo, ou transformar nosso jeito de agir. Mas qual é realmente nossa verdadeira marca. Com que sinais marcamos nosso caminho na criação de uma autoimagem coerente e verdadeira? Até onde podemos transformar nossas vidas sem o risco de perder-nos num emaranhado de valores e comportamentos que não preencherão nem um só minuto nossas expectativas de felicidade? É preciso, a cada dia, redescobrir valores que estruturam nossa caminhada. Não há como ter absoluta certeza do caminho a seguir, mas feita escolha, nossa segurança repousa sobre os valores que trazemos em nosso íntimo, que são ao mesmo tempo apoio e impulso para a caminhada.         A criatividade é consid...

ARTIFICIS 24 ANOS

Neste mês de julho, o Artificis completou 24 anos de atividades. Durante todos esses anos convivemos com pessoas de todas as idades, compartilhando processos criativos que abrangeram desenho, pintura, cerâmica, reciclagem, instalações, livro de artista e oficinas diversas. Experimentar, imaginar, criar, expressar são atitudes próprias do ser humano, mas, não raro, encontramos enormes dificuldades para o exercício destas funções. Nossa proposta tem sido auxiliar na busca de uma linguagem própria, desenvolvendo imaginação e incentivando nossos alunos a expressar-se, através do uso dos mais diversos instrumentos artísticos. Ao longo desses anos tivemos oportunidade de ensinar e aprender com a mesma intensidade através de trocas enriquecedoras e da constante renovação que essas trocas propiciam. Neste ano, a necessidade de mudanças mais profundas no nosso espaço físico, determinou uma redução das atividades do Ateliê.  Entre obras e alteração de espaços, estamos preparando ambientes...
Tem dias em que a gente sente uma estranha sensação de estar fora do tempo. É como se o espírito estivesse reunindo forças para enfrentar uma tormenta, ou se preparando para mais uma virada. Não é um sentimento definido e nem algo que tenha necessariamente uma origem. Apenas acontece. Uma vida inteira não é suficiente para aprendermos como reagir nesses momentos sem ser simplesmente aguardando que passem ou que tudo fique mais claro. Em dias assim, a sensação de perigo ou de que algo está fora de controle pode pesar tanto que é preciso fazer alguma coisa além de esperar. Hoje foi um desses dias.   Entre a necessidade de fazer qualquer coisa para não pensar ou de não fazer nada e deixar pra lá, optei por uma terceira atitude: tentar descobrir uma ponta do mistério - qualquer uma que ajudasse a desenrolar o nó.    Estamos vivendo mais um tempo de perdas dolorosas. Este ano tem levado pra longe de nós pessoas de enorme relevância na vida da sociedade brasileira. Gente que d...
Sempre senti uma forte rejeição de termos tipo "terceira idade", "melhor idade" e outros que têm surgido como substitutos da palavra "velhice", como se isso tornasse o fato mais aceitável. Nesse artigo de Eliane Brum, encontrei a descrição mais perfeita de meus próprios pensamentos e sentimentos sobre o tema. Por isso reproduzo aqui, na íntegra. Me chamem de velha A velhice sofreu uma cirurgia plástica na linguagem ELIANE BRUM ELIANE BRUM  Jornalista, escritora e documentarista. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem. É autora de um romance - Uma Duas  (LeYa) - e de três livros de reportagem:  Coluna Prestes – O Avesso da Lenda (Artes e Ofícios),  A Vida Que Ninguém Vê  (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e  O Olho da Rua  (Globo). E codiretora de dois documentários: Uma História Severina e Gretchen Filme Estrada. elianebrum@uol.com.br @brumelianebrum  Na semana passada, sugeri a uma...
Enquanto as atividades do Artificis Atelier estão em compasso de reforma e de Copa do Mundo, faço meu esforço para levar adiante alguns projetos pessoais na área do desenho, do livro de artista e de um novo e encantador desafio - a macrofotografia. Por enquanto com um equipamento simples, uma pequena lente adaptada ao celular ou ao tablet, emprestada por meu filho (acho que para sempre) vou explorando um mundo muito particular de superfícies cuja riqueza eu apenas imaginava mas só podia ver através de lentes de aumento e dificilmente registrar. A cada nova imagem é como se encontrasse na intimidade das coisas o mundo em seu reflexo ou vibração secreta.  A vida e as formas repetem-se em escala muito pequena, mas com uma perfeição que impressiona. Fico imaginando o quanto esse mundo que mal pressentimos pode nos mostrar e ensinar sobre o mundo que pensamos conhecer mas que na verdade, apenas vemos nele nosso próprio reflexo.  concha marinha Na superfície de uma pequena co...
OFICINAS DE ARTE, DESENHO E CRIATIVIDADE no ARTIFICIS Ensinar através da arte é renovar constantemente nossa caminhada. Construindo uma imensa teia, que liga todas as etapas da vida através da imaginação e da sensibilidade, usamos os processos artísticos como instrumentos de apoio para o desenvolvimento do potencial criativo. Potencial que é a base indispensável na busca de soluções para os obstáculos que se apresentam durante a vida toda. Voando nas asas da fantasia para o fantástico mundo imaginário, enriquecemos as vivências de crianças, adolescentes e adultos de todas as idades com imagens e sons que vão além de simples registros no papel. Representam signos ou símbolos pessoais que guiam e estruturam nosso desenvolvimento, estando presentes, conscientemente ou não, em momentos de crise ou extrema felicidade. Através da arte dialogamos com a alma, abrindo espaço para as dimensões do sagrado, capacitando-nos a superar crises e a lidar de forma harmônica e integrada ...
A OBRA DE ARTE: COMPOSIÇÃO, CONTEÚDO, ELEMENTOS VISUAIS Um dos momentos mais gratificantes da vida ocorre naquela fração de segundo em que aquilo que nos é familiar assume, de repente, a aura estonteante do que é profundamente novo. Esses instantes de iluminação são demasiadamente infreqüentes, mais incomuns do que comuns; a maior parte do tempo, permanecemos imersos no que é mundano e trivial. Aí vem a surpresa: o que parece mundano e trivial é a própria essência das descobertas. A única diferença é a nossa perspectiva, a nossa disposição de colocar as peças de maneira diferente e ver configurações onde, um momento antes, víamos somente sombras.”(Edward B. Lindman - Thinking in Future Tense) A elaboração de uma obra de arte requer a manipulação de elementos visuais com os quais o artista dispõe, arranja ou organiza a forma final de maneira expressiva. Com estes elementos ela transforma as dimensões do espaço enriquecendo-as, criando tensões, contraste ou planos de maneira rev...
COMUNICAÇÃO ARTÍSTICA Jane M. Godoy Becker ARTIFICIS ATELIER - Desenho; Livro de Artista; Arteterapia  ESPAÇO - EQUILÍBRIO- FORMA - COR - RITMO - o conteúdo da obra de arte é sempre uma estrutura complexa, na qual se reúnem diversos elementos da experiência pessoal do artista, para formar um conjunto com um novo significado. Não nos referimos à complexidade como mero acúmulo de dados e sim como qualificação estrutural significativa e, por isso mesmo, essencial. Em arte não há respostas prontas nem fáceis.             A complexidade da obra de arte, no entanto, não obstrui sua comunicabilidade. Numa verdadeira obra de arte os elementos de comunicação espacial preservam-se intactos através do tempo e do espaço. Podemos apreciar e interpretar as mensagens visuais originárias das mais remotas épocas ou dos mais diferentes povos ou locais cuja linguagem, falada ou escrita, desconhecemos. Obras da pré-históri...

Construindo o auto-retrato

         O corpo que vive o não dito, o proibido, o inominável. Que não sabe falar-se nem olhar-se se não o fizer através dos outros, os outros a quem se entrega. Um corpo de carne e cansaço que oculta suas zonas de carência, fechado aos desejos afetivos. Dono do drama, descoberto diariamente,  silencia...recolhe-se e se ausenta, mas volta a toda hora. Reconhece seu silêncio, intui, mas não mostra...De vez em quando olha o espelho, mas fecha os olhos, sente o impulso doméstico. Inabilitada para conhecer-se segue o itinerário disposto e se esforça por domesticar seus próprios receios. Mas a dor lhe murmura desde regiões de seu corpo. Acomoda, como todas as noites, as bordas do travesseiro e antes que o relógio volte a soar, olha a fresta de sua caixa... Construir um auto-retrato é um exercício de olhar para dentro e ao mesmo tempo de buscar referências ou provocações externas que levem ao auto-conhecimento. Um livro de artista que pretenda abordar o ...