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FOGO, UM ELEMENTO SEM CONTROLE

     Na última postagem mostrei Um mini-livro de artista, FOGO. Pensei - coincidência? Pensei outra vez e percebi que este é o tema da atualidade. Um assunto puxa outro, e mais outro e, meus pensamentos chegaram a um tema inquietante, EDUCAÇÃO

         Em todas as culturas, de todos os tempos, algum sistema de educação está presente e ele, na maioria das vezes, está intimamente ligado ao tipo de adulto  necessário para sobreviver nas condições ideais para aquele grupo social, naquele ambiente, com os instrumentos que possui e naquele tempo específico. Mas o mundo já não é mais habitado por povos isolados. A globalização, no rastro das novas tecnologias e com velocidade semelhante, abraçou o planeta como tentáculos de um gigantesco polvo. O que deveria ser "progresso" parece ter se transformado em opressão oficialmente aceita. Por muito tempo não consegui processar essas transformações nem interpretar objetivamente suas consequências. Ainda tenho profundas dúvidas  sobre o que é positivo e o que é negativo nessas mudanças. 

        Por um lado, temos recursos impensáveis até pouco tempo atrás em termos de medicina, conforto pessoal e bens de consumo (uma expressão que assusta). Por outro lado, num mundo sem fronteiras aparentes, continuamos a reforçar nacionalismos, que talvez fossem melhor expressados como "controle de riquezas". Riquezas definidas por valores egoístas, assentadas no acúmulo de poder monetário para poucos. No rastro da globalização muios valores tem desaparecido. Que espécie de adulto esse mundo precisa para manter o controle? Como "educá-los" para que cumpram os objetivos? Resposta difícil porque nos perdemos da essência do educar. Mas o  que é EDUCAR? 

       DICIONÁRIO ETIMOLÓGICO: Do latim educare, educere, que significa literalmente “conduzir para fora” ou “direcionar para fora”.

O termo latino educare é composto pela união do prefixo ex, que significa “fora”, e ducere, que quer dizer “conduzir” ou “levar”.

O significado do termo (direcionar para fora) era empregado no sentido de preparar as pessoas para o mundo e viver em sociedade, ou seja, conduzi-las para fora” de si mesmas, mostrando as diferenças que existem no mundo. Importante diferença encontrei um pouco adiante: Enquanto que em português a palavra pode ser associada ao sentido de boas maneiras, principalmente no adjetivo “educado”, em inglês educated refere-se unicamente ao grau de instrução formal.

        O sentido exposto acima, reduz a ação educadora à ideia que expus no início sobre "que adulto queremos formar" mas, numa análise mais profunda, devemos incluir a difícil ação de provocar o auto-conhecimento, isto é, um educador não apenas ensina ou informa, também deve atuar como  condutor da descoberta de habilidades pessoais do indivíduo.  E aí temos um outro conceito fundamental na educação - CONDUZIR - com+ducere - levar junto, caminhar junto. Conceito oposto ao INDUZIR, levar para dentro. O caminho percorrido junto é uma via de mão dupla já que quem educa também aprende, na medida em que compartilha descobertas e emoções, além de informações e, que aprende, também educa interagindo com suas próprias qualidades. Conduzir para fora, para o outro, para o espaço fora de si, é abrir espaços  de introjeção de valores éticos e morais que implicam no indivíduo e em sua relação com o meio social e físico.

        Vivendo nesse momento conturbado, sinto necessidade de buscar explicações para para aparente apatia geral. O planeta queima? A água e o solo estão contaminados? Qual será o próximo vírus? Quanto tempo ainda vamos viver isolados? Aí eu me pergunto: 

                AINDA SABEMOS O É VIVER EM SOCIEDADE?

        Uma geração tem sido "treinada" para encaixar-se no sistema global e gostar disso. Sistema esse que ignora valores como SOLIDARIEDADE, COMPANHEIRISMO, RESPEITO PELA VIDA e impõe com base da felicidade a capacidade de comprar coisas. Mas seremos mais felizes comprando bugigangas que dão a ilusão de super poderes ou a sensação de pode



rmos ser vencedores num "game" que ensina a matar? Viveremos realizados por sonhos que não sonhamos? Seremos mais bem alimentados comendo receitas do cheff do momento? Emoções na TV ou na internet substituem o abraço caloroso? 

         Caminho em busca de respostas ou, no mínimo, em busca de novas perguntas. As pergunta que insistem em permanecer são: "O que é melhor para vivermos em harmonia?" O que posso fazer para ser parte da solução? Que resposta você daria à pergunta




 AINDA SABEMOS O É VIVER EM SOCIEDADE?

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