"O M'boitatá ou Boitatá
A lenda do Boitatá sofreu muitas modificações ao longo do tempo, e portanto, reúne diversas versões. Assim, dependendo da região do Brasil, o nome do personagem pode variar: Baitatá, Biatatá, Bitatá e Batatão.
Numa das versões da lenda, uma grande cobra vivia adormecida num imenso tronco e ao despertar faminta, resolveu comer os olhos dos animais.
Cada vez mais ela foi emitindo uma grande e intensa luz, tornando-se uma cobra de fogo. Ao proteger a floresta, ela assusta as pessoas que vão às matas durante à noite.
No norte e nordeste do Brasil, a imensa cobra de fogo vive nos rios e sai no momento em que há invasores nas florestas para queimá-los.
Segundo alguns nordestinos, o boitatá, conhecido como "Alma dos Compadres e das Comadres", representa as almas penadas malignas que passam queimando tudo.
Já no sul do país, a versão que prevaleceu advém da história bíblica do Dilúvio. Nela, muitos animais morreram e as cobras que sobreviveram tiveram como castigo o fogo.
Nessa versão, o fogo aparece na barriga de cada uma as quais se tornam iluminadas e, ao mesmo tempo, transparentes.
Há ainda uma versão em que o Boitatá não é uma grande cobra, e sim um touro feroz que solta fogo pela boca."
(https://www.todamateria.com.br/boitata/)
Outras narrativas do sul contam que a M'boiguaçu (cobra grande) para escapar ao dilúvio, subiu na árvore mais alta que encontrou e lá esperou que as águas baixassem. Com muita fome, após as águas baixarem, ela desceu à terra onde jaziam muitos mortos, e passou a devorar os olhos de todos os animais que encontrava. Dizem os índios que os olhos dos mortos guardam a última luz que viram. Tanto comeu olhos que a cobra grande começou a brilhar intensamente. Uma luz fria intensa que podia ferir ou matar quem cruzasse seu caminho. Era a M'boitatá - A COBRA DE FOGO.
Esta última versão, narrada por Simões Lopes Neto, no livro Contos e Lendas do Rio grande do Sul, foi minha eleita para este e outros livros de artista que criei sobre o tema.
O primeiro livro, mostrado nas fotos abaixo, foi criado a partir de desenhos e infografias em formato concertina e tamanho A3, quando fechada. Participou de exposição coletiva do Grupo Gralhas Azuis, na Usina do Gasômetro sob curadoria e orientação da Prof. Mara Caruso.
Capa do Livro |
Comentários