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ENERGIA

ENERGIA


    Energia - palavra cheia de signficados, escorregadia, nervosa. De origem latina - energia, do grego - enérgeia que quer dizer "força em ação", (por oposição ao grego "dýnamis" - força em potência). Formada por energés, de en em e érgon, trabalho, obra. A energia constitui o substrato básico do universo e de todos os processos de transformação, propagação e interação que nele ocorrem... Sob o ponto de vista do referencia humano podem identificar-se dois estado básico da energia: potencial e cinético. O primeiro significa energia armazenada, disponível a qualquer instante. Por mecanismos variados a energia potencial desdobra-se em cinética, palavra grega kinesis que significa movimento.

    Mas o que tem isto a ver com arte? Na minha visão de arte, tudo! Arte é energia. Potencial na medida em que está aí a espera do leitor/observador que vai decifrar a mensagem transformando-a em movimento. Arte exige energia do criador e do observador. Compõe-se da energia dos materiais de que é construída, das cores que a compõem e interagem para criar o efeito buscado, do ritmo da leitura imposto pelos elementos formais. Em qualquer de suas manifestações, a obra de arte exige equilíbrio harmônico - energia. 
    Quando observamos uma obra de arte, mesmo sem conhecimento teórico, intuímos a harmonia ou a desarmonia de suas formas. Uma pintura, uma escultura, uma obra arquitetônica, um texto literário, revelam intenções e atingem nossa percepção acalmando ou provocando-nos através dos elementos formais como linhas, cores, ritmo, ritmo, espaço. 
    

    Sobre composição artística, disse WASSILY KANDINSKY... "A elasticidade das diversas formas, sua transformação orgânica interna, sua dinâmica dentro do quadro (movimento), o predomínio do elemento corpóreo ou do abstrato em cada uma delas, por um lado, e por outro, a ordenação em uma composição geral dos diversos grupos formais para criar a forma geral de todo o quadro; os princípios de consonância ou dissonância de todos estes elementos... fazem possível a existência de um contraponto puramente gráfico e conduzem a ele, seguindo ainda à margem da cor. A cor é, por si própria um elemento de contraponto que encerra infinitas possibilidades e criará, junto ao desenho, o grande contraponto pictórico com o qual chega-se a uma composição que, como arte verdadeiramente pura, colocar-se-á a serviço do divino." 


O artista é energia, precisa ser energia. O observador é energia, transforma o que vê. A obra é energia a espera de ser decodificada. Artistas ou aprendizes de arte, nas suas mais diferentes manifestações e aplicações, esforçam-se por apreender e dominar uma linguagem extremamente sofisticada, que pode revelar não apenas segredos da realidade externa, mas especialmente de sua realidade interna. Criamos um código para expressar formalmente estas realidades. É necessário apenas que o decodificador saiba ler os sinais. Em todas essas faces a energia é necessária!



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