"Espero que
vocês saiam e deixem que as histórias lhes aconteçam, que vocês as elaborem,
que as reguem com seu sangue, suas lágrimas e seu riso até que elas floresçam,
até que você mesma esteja em flor. Então, você será capaz de ver os bálsamos
que elas criam, bem como onde e quando aplicá-los. Esta é a missão, a única
missão."
Clarissa Pinkola Estés
Nas palavras de Clarissa Pinkola Estés, encontro a força motriz que impulsiona o fazer de livros de artista. Cada imagem, cada página, cada costura, recolhe historias de vida. Nasce um livro, nasce uma vida, com princípio, meio e fim exigindo sensibilidade de criador e leitor para criar e decifrar códigos. Um número incalculável de movimentos constroem cada página, tenha o formato que tiver, com manchas, letras, imagens e dobras, todas permeadas de conteúdos. Quando um livro de artista está em processo de criação pode levar alguns minutos ou muitos meses até que seja concluído, mas cada olhar será incorporado a seu formato e cada ideia pode ser a chave da melhor forma final. O código eleito pode resultar de fácil leitura ou talvez seja indecifrável se o artista não encontrar o caminho de seu conto. Dependerá de sua sensibilidade que este código possa ser percebido pelo leitor. Como diz Júlio Plaza:
"Se livros são objetos de linguagem, também são matrizes de sensibilidade. O fazer-construir-processar-transformar e criar livros implica determinar relações com os outros códigos e, sobretudo, apelar ara uma leitura sinestésica com o leitor: dessa forma, livros não são mais lidos, mas cheirados, tocados, vistos, jogados e também destruídos. O peso, o tamanho, seu desdobramentos espacial-escultural são levados em conta; o livro dialoga com outros códigos."
Penso que, no meu processo criativo, uma característica muito pessoal empurra-me por entre muitos caminhos e formas - a inquietação. A paixão por geometria, por outro lado, insiste em invadir este espaço de criação - livro, transformando paginas em dobras e colocando ângulos, arestas, vales e círculos como que transformando a vida que quero contar, em cristais que se dobram e desdobram em contínuo movimento, voltando sempre ao ponto de partida.
Meu primeiro livro-mandala - abaixo, três "páginas" que se desdobram (giram) pelo centro. Ao todo são 6 páginas.
Quando criei este livro, minha intenção era o
objeto móvel. Quando percebi suas possibilidades visuais como suporte de imagens concêntricas, surpreendi-me com a magia deste objeto. Desde então, essas dobras permaneceram no meu trabalho com livros.
Um segundo livro-objeto surgiu logo depois. Em tons de azul,
A busca continua, por enquanto, num único desdobramento vou encontrando mil formas de contar minhas histórias. Outros surgiram com resultados variáveis, tanto como suporte, quanto como arte, mas poucas das formas pesquisadas apresentam a qualidade de mandala, que fascina por suas qualidades envolventes e mágicas. Em nova postagem, mostrarei um pouco mais.
A busca continua, por enquanto, num único desdobramento vou encontrando mil formas de contar minhas histórias. Outros surgiram com resultados variáveis, tanto como suporte, quanto como arte, mas poucas das formas pesquisadas apresentam a qualidade de mandala, que fascina por suas qualidades envolventes e mágicas. Em nova postagem, mostrarei um pouco mais.
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