Desde o momento em que tive meu primeiro contato com Arteterapia percebi que havia encontrado um novo caminho para abordar positivamente velhas questões. Unindo minha experiência em criação e ensino na área das artes plásticas, com os estudos de arteterapia, elaborei um programa especialmente dirigido às pessoas com mais de 50 anos de idade. O programa inclui uma faixa etária (50 a 60 anos) que não se qualifica como "idosa", mas que representa aquelas pessoas que se aproximam da fase de aposentadoria e são, por conseguinte, passíveis de uma abordagem preventiva quanto ao novo status em vias de efetivar-se. No texto abaixo, extraído de meu artigo sobre o tema, faço algumas considerações sobre a questão da chamada "terceira idade" e seu crescimento relativo dentro da população brasileira e mundial.
. “O envelhecimento da população
mundial ocorre hoje sem precedentes
na história. O mundo está passando
por uma transformação demográfica como nunca vista antes. No decorrer dos
próximos 50 anos, haverá no mundo, pela primeira vez na história, mais pessoas
acima de 60 anos do que menores de 15 anos. “Portanto, o fenômeno do
envelhecimento já não é mais um problema de Primeiro Mundo, é um tema que passa
a ter grande relevância e dominância no século XXI porque traz conseqüências
para todos os setores da vida humana.” (Antônio Itamar da Silva / Vicente Paulo Alves: Artigo –
Envelhecimento, Resiliência e Espiritualidade.
É preciso qualificar os idosos para que assumam
funções compatíveis com suas possibilidades e assegurar-lhes respeito e
cuidado, quando não as tiverem. Ao valorizá-los e fazê-los perceberem o próprio
valor, possibilitamos sua reinserção na sociedade como pessoas respeitáveis, cuja
história de vida pode contribuir, em muito, para reestruturar valores de vida e
convivência. Os idosos de hoje trazem em sua
bagagem a marca das imposições culturais que determinaram o comportamento
nestes últimos 60 ou 70 anos. O meio sócio-cultural determina em parte, a forma
como o cidadão desempenhará seus papéis durante a vida, a maneira como
envelhecerá e, talvez, o quanto poderá viver. Valores tais como eterna
juventude, culto à beleza, o ter sobrepondo-se ao ser, têm levado muitas
pessoas a comportarem-se como se a velhice não acontecesse, gerando, com isto,
angústias e decepções diante da realidade encarada no espelho a cada dia. Se
por um lado os avanços da medicina e do saneamento urbano garantem longevidade
para boa parte das populações, por outro, pressões geradas por preconceitos ou
visões estereotipadas da velhice, criam barreiras gigantescas no caminho para o
envelhecimento digno e emocionalmente saudável.
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É de fundamental
importância substituir o estigma negativo, que pesa sobre a velhice, por um
novo olhar que contemple as diferenças individuais ou coletivas e defenda o
direito de envelhecer com dignidade, independentemente das seqüelas que o
passar do tempo possa impor a cada indivíduo, pois
“é preciso
compreender que, nas circunavegações da vida, uma brisa amena para uns pode ser
para outros uma tempestade mortal, tudo depende do calado do barco e do estado
das velas” (SARAMAGO)
Com este ponto de partida, desenvolvi um programa de atividades criativas focadas na elaboração de Livros de Artista, uma das propostas contemporâneas de artes plásticas que apresenta maior número de qualidades fundamentais em termos de criação e afirmação da auto-estima.
Você está convidada/o a participar de nossos grupos. Ligue para um dos telefones indicados no folder ou envie e.mail para artificis@hotmail.com, que terei o maior prazer em fornecer todas as informações necessárias.
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