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Oficina com 3h de duração, com duas propostas de datas. Investimento - R$50,00
Material: folhas de papel A4, A3; sobras de papel. 




Mini livros produzidos por Jane Maria Godoy B. no Artificis Atelier   



LIVRO DE ARTISTA COMO INSTRUMENTO CRIATIVO EM ARTETERAPIA
Jane Maria Godoy B. - 2012

           O Livro de Artista
O Livro de Artista é uma manifestação artística relativamente recente, na qual o artista utiliza o objeto “livro” para produzir uma obra completa. Como suporte de criação artística, o livro é um espaço de registro de imagens, idéias, memórias e reflexões. Criar um livro é, ao mesmo tempo, lembrar, brincar, registrar e mostrar. No livro-arte substituímos, no todo ou em parte, a narrativa literária pela narrativa plástica, registrando, sobrepondo e combinando tudo o que antes parecia impossível estar junto.
A escolha do livro como expressão artística reveste-se de um novo olhar a partir de pontos de intersecção entre imagem e palavra, estabelecendo um diálogo entre expressões aparentemente opostas. Os registros da história humana têm assumido, ao longo do tempo, as mais diversas formas perceptivas. Das semelhanças visuais dos ideogramas à estruturação representativa de sons dos caracteres latinos, nossas histórias e estórias têm sido registradas por linguagens que assumem formas visuais ou textuais. Na arte rupestre, encontramos relatos cuja representação é facilmente decodificável, muito milênios após seu registro. Numa linguagem visual simples e bela, o homem pré-histórico registrou seus hábitos, crenças, medos e sucessos.

Escrever (registrar) é um ato simples e ao mesmo tempo complexo. Muito já foi dito, ao longo da história sobre este desejo implícito no homem que consiste em deixar lavrado (na pedra, no papel, em couro de animais ou na argila) aquilo que é importante para a convivência cívica (leis, códigos ou dívidas contraídas), para o alívio da alma (estelas funerárias, relatos sagrados, orações ou cânticos) e para o regozijo do espírito (a grande literatura com todas as suas possibilidades. O homem nasce quando vislumbra a morte e a história começa quando, o ser consciente dessa fugacidade, recorre ao escrito para deixar constância, em essência, do passar do tempo. (Candela Viscaino, jornalista e cronista)

As possibilidades do Livro de Artista (LA) em arteterapia vão além do simples registro de imagens e textos. Conduzem o autor por caminhos inexplorados de sua personalidade, constituindo-se num precioso instrumento para desenvolver competências necessárias para enfrentar seu desenvolvimento pessoal e profissional, através do autoconhecimento. Sua abrangência técnica permite o uso do desenho em todas as suas formas, colagem, monotipia, escultura, décupage, dobraduras (origame) recortes e tudo o que a imaginação alcançar.
            Definir Livro de Artista é uma tarefa difícil. Suas características de liberdade criativa – participa de qualquer possível convenção, de qualquer moda, qualquer modo de produção, assumindo qualquer forma, qualquer grau de fugacidade ou durabilidade arquivista – tornam o LA uma expressão de arte abrangente. Não existem critérios específicos para defini-lo, mas muitos critérios para definir o que “não é”. Longe de desmerecer esta arte, a dificuldade de defini-la indica sua riqueza como forma expressiva. É forma singular, e abrangente ao mesmo tempo. Não tem limitações de meio ou forma; inspira um amplo espectro de meios e formas; trata de si mesmo, de suas próprias formas e tradicões como de qualquer outra forma ou atividade artística.
            O processo criativo de um livro de artista possibilita caminhos para a auto-reflexão através da imagem e da escrita. Criar um livro é lembrar, brincar, registrar e mostrar; envolvendo selecionar, interpretar e reformar elementos da experiência pessoal e coletiva e constituindo-se, por isto, num processo que é ao mesmo tempo, lúdico e profundo, individual e social. Vivenciar este processo é uma experiência rica e fundamental para o domínio de suas potencialidades como instrumento terapêutico.

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