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Mostrando postagens de agosto, 2017

Registrando memórias

        REGISTRANDO MEMÓRIAS  Contar e ouvir histórias é a mais antiga forma de ensinar sobre a vida. Ao longo do tempo, as novas gerações descobrem tradições, eventos ruins e bons, consequências e atitudes convenientes. Nas histórias descobrem suas raízes, os feitos de seus antepassados; como viviam, como enfrentavam dificuldades ou como divertiam-se. A experiência dos mais velhos era compartilhada por gerações como um bastão de força e generosidade. A interação entre indivíduos de diversas idades reforçava laços, respeito e cuidados. A complexidade social que vivemos hoje tema causado rupturas entre gerações, entre grupos sociais ou, de uma forma geral, entre indivíduos da mesma comunidade. Minada pelo sonho de eterna juventude "vendido" pela mídia, a ideia de velhice transformou-se num pesadelo.          James Hillman, (2001) em seu livro “A Força do Caráter” afirma que a principal patologia da velhice é a nossa id...

Ensinando e aprendendo

Ensinando e aprendendo     Ensinar através da arte é renovar constantemente nossa caminhada. Construindo uma imensa teia, que liga todas as etapas da vida através da imaginação e da sensibilidade, usamos os processos artísticos como instrumentos de apoio para o desenvolvimento do potencial criativo. Potencial que é a base indispensável na busca de soluções para os obstáculos que se apresentam durante a vida toda.  Pintando com rolo     Voando nas asas da fantasia para o fantástico mundo imaginário, vivências renovam-se e expandem-se através de imagens e sons que vão além de simples registros no papel. Representam signos ou símbolos pessoais que guiam e estruturam nosso desenvolvimento, estando presentes, conscientemente ou não, em momentos de crise ou extrema felicidade. Através da arte dialogamos com a alma, abrindo espaço para as dimensões do sagrado, capacitando-nos a superar crises e a lidar de forma harmônica e integrada com as que...

Utopias

Talvez eu seja uma sonhadora irrecuperável ou se sonhar com utopias é o que salva o resto de esperança. Num mundo em mudanças aceleradas percebo que valores essenciais estão sumindo.   Não sei c omo desfazer-me de valores que guiaram minhas caminhadas pela vida afora .   Vivemos uma época conturbada e, mesmo que não goste das teorias da conspiração, tenho que admitir que talvez eu esteja absorvendo um estilo de vida que só favorece interesses de grupos que criam dificuldades para vender facilidades. A propaganda convence os “consumidores” (é isto que somos) de que cada indivíduo de uma família deve ter sua própria TV, seu computador, seu carro, seu espaço absolutamente individualizado – “separar para governar”. Os entretenimentos de TV ou as redes sociais são rigorosamente programados segundo os princípios do “condicionamento operante”: bons comportamentos recebem recompensa e geram outros comportamentos semelhantes. Repete-se o comportamento desejado.  Enquanto estam...

Reflexões sobre tempos mais ou menos confusos.

Reflexões sobre tempos mais ou menos confusos. Não sei se estou velha demais para acompanhar a velocidade das mudanças tecnológicas e sociais ou se são tantas e tão velozes essas transformações que poucos terão a possibilidade de acompanhar esse trem. A verdade é que tenho a estranha sensação de estar deslocada no tempo e no espaço. Não é nenhum mistério que comunicar-se tem sido, desde a pré-história, uma função das mais complexas. A linguagem é apenas o instrumento básico desta função e, sem dúvida, insuficiente. A entonação de voz, o olhar, a expressão corporal do falante e do ouvinte, são elementos complementares, talvez dispensáveis, mas sempre enriquecedores do entendimento entre pessoas. Um livro, um artigo de revistas, uma crônica, substituem estes elementos visuais por uma narrativa coerente, em que as interpretações enganosas são reduzidas e até mesmo eliminadas pelo conhecimento do contexto e pela qualidade da escrita. Mas não vejo como chegar a uma compreensão mais pr...