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Mostrando postagens de maio, 2020

Livro popup

Hoje quero falar sobre um tipo de livro que é anterior à ideia de Livro de Artista. É o pop up, livro que explora a terceira dimensão de forma extremamente criativa porque envolve mais do que a criação de imagens tridimensionais. Para despertar a tridimensionalidade é necessário que o leitor participe. Lembro de quando eu era criança e esses livros me fascinavam justamente por essas movimentações que eu podia manipular com um simples abrir e fechar da página. Muitos artistas contemporâneos desenvolvem esta ideia em seus livros atingindo uma sofisticação inacreditável. A imagem abaixo mostra uma página de livro que conta de maneira lúdica, um clássico da literatura. Para saber mais, clique no link abaixo da foto.  https://alphamom.com/family-fun/holidays/classic-books-gone-pop-up/ Minha aventura com livros popup começou como brincadeira, durante um curso intensivo de criação de livros. Foi uma experiência intensa e, por ser um curso rápido, precisei atropelar meu ritmo de traba...

Luz e escuridão

         Mais um passo da minha trajetória pelo Livro de Artista, resultado de uma das mais instigantes experiências com tecnologias contemporâneas - Cópias lazer. Na oficina de infografias, sob orientação da professora Mara Caruso, do Ateliê Livre de Porto Alegre (Centro Municipal de Cultura), Tive meu primeiro contato com imagens heliográficas de alta resolução. Com um excelente equipamento lazer, em P&B fazíamos pesquisas de imagens que variavam de cópias simples, direto de imagens impressas a cópias do objeto 3D. Tínhamos o equipamento a nossa disposição para cópias A4 e A3, com ou sem ampliações. Recebido o treinamento inicial, operávamos a máquina em todas as formas possíveis.           Nessa época eu era fascinada por objetos e ambientes marinhos. Após muitas imagens de conchas e caracóis eu queria mais. A ideia era colocar esses objetos em seu ambiente natural, a água. Depois de testar a possibilidade de usar embalagem transp...

O Livro Azul

Veio da Espanha uma convocatória para participação em exposição coletiva com o tema "Livro Azul". Um tema proposto é uma provocação profunda na criatividade porque nos desloca, aparentemente, de nosso tema natural. Demorei tanto para desenvolver a ideia que perdi o prazo de envio. A experiência foi valiosa em todos os sentidos. Descobri que um tema dado não anula um tema que povoa nossa mente. Testei meu próprio ritmo de criação e o processo que conduz essa criação ao resultado final. Apesar da lentidão, trilhei um caminho diferente na criação de imagens - a colagem, técnica com a qual eu não tinha intimidade. O resultado não chegou a satisfazer-me plenamente mas o processo abriu novos caminhos e provocou mudanças importantes no  meu jeito de encarar desafios. Concluí o Livro Azul em formato sanfona, unindo harmonicamente o tema proposto com meu tema íntimo, o universo. Este foi o resultado.                      ...

Transparências

No processo de criação de Livros de Artista, há infinitos caminhos a trilhar. No meu caso, não tenho um plano prévio. Deixo que as ideias surjam e dou liberdade ao acaso. Muitas vezes, o simples ato de revirar materiais guardados, aqueles que largamos numa caixa para ver mais tarde, pode despertar ideias novas. Tenho o hábito de recolher folhas, flores, cascas de árvores, pequenos tesouros encontrado pelo caminho. Escolho pelas cores, formas, textura,  estranheza ou por curiosidade. Guardo tudo numa caixa de sapatos. Cada vez que abro a caixa para examinar meus guardados, alguma ideia nasce. Este livro, Transparências, nasceu de uma dessas incursões de gaveta, digo, de caixas. Eram tantas as formas e cores a revelar que a ideia surgiu como uma brainstorm. É um pequeno livro, cujas páginas contem muitas formas de folhas, pena de pássaro, asas de borboletas e outras memórias de minhas andanças. A experiência foi enriquecedora, abrindo novas possibilidades na criação de livros de arti...

Um jeito diferente de contar histórias

“Os contadores de histórias das florestas falam de dois tipos de fome. Dizem que há a fome física e também a Grande Fome. Esta é a fome por sentido. Existe apenas uma coisa insuportável: uma vida sem sentido. Não há nada errado com a busca pela felicidade. Mas existe algo grande, o sentido, que é capaz de transformar tudo. Quando você tem sentido, você é feliz, você pertence.” ( Sir Laurens van der Post , no documentário Hasten Slowly         Conto histórias pra saciar a GRANDE FOME! Fome de sentido, fome de saber, fome de encontrar outros mundos e descobrir suas belezas. Conto histórias de um jeito diferente: usando imagens, palavras, dobras e tudo que faz sentido pra mim. A linguagem múltipla cabe num livro, um livro de artista. Não sei se este é o nome mais adequado, mas é o convencional. Para os teóricos da arte, um livro arte pode ser colocado em categorias e eles estão certos. Para mim, inquieta e curiosa, todos tem uma qualidade comum - são expressõ...

Pontes x muros

Rompendo  muros Já foi dito que é preciso construir pontes em vez de muros. A ponte liga, o muro separa. A ponte amplia a visão, o muro cega. A ponte nos leva até o outro lado, o muro corta nosso caminho. Por que às vezes é tão difícil sair do nosso mundinho e descobrir que há sol e chuva do outro lado? Saramago, em seu maravilhoso poema "Física" nos dá incita a colher a luz do sol e construir uma ponte com seu prisma de sete cores - uma ponte para o espaço infinito, uma ponte para a vida.        Nesta letra maravilhosa de Paulo César Pinheiro, somos instigados a mudar atitudes e enfrentar o mundo e seus desafios com coragem. A arte, em todas as suas manifestações, aponta caminhos para preservarmos a fé na vida. Conviver com arte, criando ou admirando, é uma forma de arte.  Pesadelo (Maurício Tapajós / Paulo César Pinheiro) Quando o muro separa uma ponte une Se a vingança encara o remorso pune Você vem me agarra, alguém vem me solta Você vai na ma...